Os níveis de infecção causados pelo COVID-19, Já ultrapassam mais de 4 milhões em todo o mundo, com destaque para os Estados Unidos da América (EUA) que sozinhos contam mais do que um milhão de infecções. As mortes, em todo mundo estão muito próximas de 300.000, destacando-se, também, os EUA com cerca de 90.000 mortes.
Os números mencionados, de per si, revelam a gravidade da situação que vivemos decorrente desta pandemia, que levou vários Estados, a decretarem estados de emergência que se traduzem no essencial, na restrição das liberdades dos cidadãos, nomeadamente a liberdade de circulação, de reunião, religiosa, de exercício de actividades económicas nalguns casos, entre outras limitações.
Ainda que haja sinais de abrandamento do número de infecções em algumas regiões do Planeta, designadamente Europa e Ásia, as incertezas sobre a sua duração, dimensão e o seu real impacto na vida económica e social, constituem uma grande preocupação.
Sabemos, onde e quando começou o COVID-19, mas não sabemos quando terminará. Como não sabemos, também, quantas mais pessoas serão infectadas e quantas mais poderão morrer.
O nosso País, também, decretou o Estado de Emergência durante 30 dias, através do Decreto Presidencial nº11, de 30 de Março, tendo este sido ratificado pela Assembleia da República, através da Lei nº 1/2020, de 31 de Março, que viria a ser prorrogado por mais 30 dias, visando conter a rápida propagação do vírus.
Assim, foram tomadas diversas medidas, entre as quais avultam a institucionalização da quarentena, redução de visitas hospitalares, a interdição a visita aos doentes com COVID-19, suspensão da emissão de documentos, encerramento de alguns postos fronteiriços, suspensão das aulas em todos os níveis de ensino, encerramento de discotecas, salas de jogos, bares e barracas destinadas à venda de bebidas alcoólicas, etc.
Apesar das medidas tomadas no âmbito da declaração do Estado de Emergência, o número de casos registados no nosso Pais, tem vindo a subir nos últimos dias, tendo ultrapassado já uma centena.
Considerando que a Organização Mundial da Saúde (OMS) e as autoridades sanitárias do nosso Pais, recomendam a prevenção como a melhor arma de combate contra a propagação do vírus, somos todos, chamados a observar estritamente as medidas anunciadas pelo Governo.
Usar a máscara nos lugares públicos, nos transportes públicos, lavar sistematicamente as mãos e evitar sair de casa sem necessidade para isso, pode salvar a sua e a vida de milhões de moçambicanos e de cidadãos estrangeiros residentes em Moçambique. Lembre-se que não existe vacina, nem tratamento para esta pandemia.
A vida é só uma, não há duas vidas, quando nós perdemos alguém da nossa família, um amigo ou pessoa da nossa comunidade, essa pessoa não voltará jamais ao nosso convívio. Por isso, em nome das nossas vidas, das pessoas que amamos e dos nossos compatriotas, devemos todos, respeitar estritamente as medidas de prevenção adoptadas pelas autoridades competentes.
As autoridades comunitárias, organizações da sociedade civil, incluindo as confissões religiosas dada a sua reconhecida influência nas comunidades são igualmente chamadas a estar na vanguarda da disseminação das medidas de prevenção, sensibilizando as respectivas comunidades.
As crianças e idosos e, outras pessoas vulneráveis devem merecer a nossa especial atenção, assegurando que não saiam das suas casas, salvo nos casos estritamente necessários. Infelizmente, muitos pais e encarregados de educação ainda não assumiram devidamente o seu papel, porquanto, um pouco por todo lado, vimos crianças brincando nas ruas e parques, quando deviam estar em casa, acompanhando os programas escolares ou realizando outras actividades de interesse familiar.
Não poderia terminar, esta exortação, sem render a justa homenagem aos funcionários da saúde, médicos, enfermeiros e pessoal auxiliar que no meio de muitas dificuldades tudo fazem para o bem da Nação. Esta saudação e homenagem é extensiva às Forças de Defesa e Segurança pelo seu incomensurável papel na garantia da ordem e paz social.
Vamos todos, proteger a nossa e a vida dos outros, respeitando estritamente as medidas de prevenção anunciadas pelas autoridades.
Unidos, venceremos o COVID-19.
Isaque Chande
Provedor de Justiça